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domingo, 13 de março de 2011

O lixo atômico no Brasil

O lixo atômico de Itu
&
Lençol Freático da cidade
Vamos falar a verdade?
Corremos sério risco pois ninguém sabe como lidar com a energia nuclear.
É perigo iminente à Sociedade
Pelo fim progressivo (existe essa expressão?) do uso da energia nuclear e radioativa.

Eu fui moradora da cidade de Itu, interior de São Paulo, por 15 anos (longos e malditos com alguns momentos bons e poucas amizades, mas sinceras, que mantenho até hoje). Não que a cidade fosse maldita, mas foi um tempo muito trevoso na minha vida, quem me conhece intimamente sabe o que eu passei, quem não conhece, fica imaginando, tá? 

Indo à Itu
Se você for para lá sugiro que dê uma passada no "Bar do Alemão" na Rua Paula Souza, centro a casa tradicional existe desde 1902, Detalhes da história e dados, endereço, tel como chegarOu aqui   imagine só, e coma o melhor filet à parmegiana do mundo!
A aprovação ao filé à parmegiana do Bar do Alemão de Itu é uma unanimidade nacional
Entrevista com o dono do restaurante em Itu:
Dono do Bar do Alemão, entrevista.
Mais sobre:
História e Lugar do Restau na cidade
Eu ( a minha família...) morei em frente e sei que é mega bom, depois nos mudados para outro local na cidade, até que por fim eu passei no vestibular e fui embora, estando há 20 anos e São Paulo, e há 25 anos distante da cidade de Itu para onde voltei à passeio apenas duas ou três vezes, uma delas recentemente - há 2 anos - para um reencontro com queridas amigas (na foto).
Adriane, eu, Fernanda, Adriana (Tuca).
Enfim naquela época se falava de um tal "lixo atômico", e eu fui procurar esse assunto em virtude do texto da minha amiga virtual e portuguesa Ana Paula Fitas, falando da possibilidade no Japão de contaminação e morte por radioatividade na usina nuclear.

Eu lembrei ela que aqui no Brasil nós já tivemos um acidente pelo contato com material radioativo (vindo de um aparelho de radioatividade para tratamento de câncer, jogado no lixo de um ex-hospital).
Porém como essa história do CÉSIO 137 foi há muito tempo em Goiás, eu nem me lembrava dos detalhes, que procurei na net e encontrei, foram, imaginem, 6 mil pessoas implicadas e contaminadas (inclusive por câncer pelo contato com a radiação) por um aparelho, fora algumas que morreram.
O Greenpeace tem memorial até hoje.

Hoje eu descobrí enfim que colocou o LIXO ATÔMICO EM ITU, foi a NUCLEMON/NUCLEBRÁS, SECRETAMENTE na época inclusive da ditadura militar no Brasil pois foi de 1975 à 1982 que o  foram entuxando na cidade o LIXO ATÔMICO E RADIOATIVO.
Itu é uma cidade turística, e pacata que fica a 100 km de São Paulo, capital.

LIXO ATÔMICO, EM ITU??



Conheça um pouco desta história...
PRBLEMAS E O QUE VEM SENDO FEITO:
AQUI

...Também o diretor da Defesa Civil de Itu, Maurício Lino dos Reis, confirmou não ter resultados das últimas inspeções ou análises dos lençóis freáticos. A prometida inspeção seria em 17/2, segundo físico nuclear Robson Spinelli Gomes, do Instituto Nuclear Brasileiro (INB). Para lembrar: entre 1975 e 1982, a Nuclemon, subsidiária da Nuclebrás, depositou secretamente, naquele local, Torta II, subproduto do processamento de areias monazíticas que contém 20% de tório e 1% de urânio. O local fica à montante do córrego Monjolinho, manancial da cidade. Foi detectado em 1979 pelo então vereador Amauri Cristofoletti, a partir de denúncia de uma professora. Encontraram cerca de 3,5 mil toneladas deste material, a céu aberto, sem cerca de proteção, sinalização, ou outra medida de segurança. Os protestos mobilizaram várias gestões municipais, até que em 1986, uma comissão interministerial fez perícia oficial. Aí, o material foi encerrado em piscinas de concreto e a Cetesb foi encarregada de monitorar radioatividade. Em 1990, Beatriz Pionti, primeira presidente do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), divulgou descoberta de contaminação radioativa no poço do caseiro no sítio do depósito. Com base nisso, a AIPA, com Câmara Municipal de Itu, entrou com pedido de inquérito civil na Curadoria do Meio Ambiente. A promessa dos órgãos governamentais, de possível retirada do material para Poços de Caldas, levou a postergar a ação. Nada ocorreu. Pior: a Cetesb aumentou intervalos de monitoramento, exceto no poço do caseiro em Botuxim. Nova contaminação, dois anos depois, gerou novos trabalhos pela Curadoria do Meio Ambiente, junto com a AIPA. Sem sucesso. E nunca mais a população (e AIPA) teve acesso ao monitoramento do local. (clique e saiba mais sobre o problema, em textos históricos do Urtiga)
BIO(SEM)SEGURANÇA? - 1

A aprovação da Lei da Biossegurança (Projeto de Lei N° 2.401-C, não sancionado pelo Presidente Lula, até o fechamento desta edição), teve como chamariz a promessa de que, com a liberação que o projeto promove, de pesquisas com células-tronco (retiradas de embriões humanos, com potencial de formarem qualquer tecido humano, como ossos) conquistaríamos a cura de graves doenças, como o Mal de Alzheimer. De autoria do Executivo, o projeto de lei fora aprovado pelos deputados, mas, mudado pelo Senado, voltou à Câmara, sendo aprovado com nova redação. Quem lembrará, daqui a alguns anos, de conferir a veracidade da promessa? Se por acaso for cumprida, qual será o custo e quem pagará estes tratamentos?


ASSUNTO - LIXO ATÔMICO DE ITU
Fonte: De onde veio o lixo em 1975


QUEM ASSINA - Artigos publicados no jornal Urtiga


QUANDO/ONDE - Década de 1990 - Seleção de textos

LIXO ATÔMICO DE ITU


(HISTÓRICO EM TEXTO PUBLICADO NA PÁGINA CENTRAL, DA EDIÇÃO 82 DO URTIGA, DE MAIO/1994)


Por 2 vezes o monitoramento da Cetesb descobriu contaminação radioativa no poço do caseiro do Depósito de Lixo Atômico, que fica no Bairro Botuxim em Itu. Este fato motiva o estudo de ação pela Curadoria do Meio Ambiente, em conjunto com a Aipa, pedindo segurança para a população.

O QUE
A responsável pelo depósito de material radioativo no Sitio São Bento, bairro Botuxim, em Itu é a Nuclemon, subsidiaria da Nuclebrás, criada com finalidade especifica de pesquisar, lavrar, industrializar e comercializar as areias pesadas do nosso país.
Como única responsável pela produção de compostos de Tório no Brasil, a Nuclemon tem usinas instaladas no litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde minerais já separados, classificados como ilemita, rutilio, zirconita e monazita são processados, obtendo-se produtos para fins industriais, além de urânio e tório.
Na fase de processamento obtém-se um subproduto, denominado Torta II, que contem 20% de Tório e 1% de urânio, elementos que podem ser posteriormente extraídos pelo reprocessamento deste subproduto.
Essa Torta II é o material depositado em Itu, que conhecemos como "lixo atômico". O mencionado depósito situa-se a montante do córrego Monjolinho, um dos mananciais da cidade. São cerca de 3500 toneladas de material que merecem cuidados especiais, infelizmente não observados.

HISTÓRICO
A Torta II começou a ser depositada em Itu por volta de 1975, sem as mais rudimentares medidas de segurança. Construído por empreiteiros do município, que ignoravam a finalidade da obra no Sitio comprado pela Nuclemon, o depósito não tinha cerca de proteção, cobertura, sinalização, etc.
O problema foi detectado em 1979 pelo então vereador Amauri Christofoletti, que iniciara investigações sobre movimentação no referido sítio, a partir de denúncia de uma professora. As medidas tomadas na época, com prefeitura comandada por Olavo Volpato, não conseguiram eliminar o problema.
Em 1983, já no governo Piunti, em reunião do Conselho do Povo, criou-se comissão em Itu, que contatou autoridades para tentar resolver o problema. A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), que por lei cuida do setor no País, prometeu fazer monitoramento. Mas, até 1985, não entregou os resultados ao Município. A cidade organizou então grande manifestação.
Resultado do protesto, em 1986, formou-se comissão interministerial, com representantes de 2 Ministérios, do Governo Estadual, Municipal e 3 cientistas. A perícia constatou irregularidades, inclusive na construção dos silos que guardam a Torta II. A Comissão recomendou que os depósitos fossem reavaliados, al ‚ m de pedir implantação de laboratório para controle de qualidade local, treinamento do pessoal da Prefeitura, etc...
A Cetesb passou a monitorar radioatividade dos mananciais em Itu. Em 1990, a então Presidente do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), Beatriz Pionti, divulgou primeira noticia de contaminação no poço do caseiro, no sitio São Bento, a 150 metros de distância do depósito. E mandou oficio ao Cnen, exigindo imediatas providências.
Com base na denúncia, a Associação Ituana de Proteção Ambiental, junto com Câmara Municipal de Itu, entrou com pedido de inquérito civil na Curadoria do Meio Ambiente, exigindo o fim das causas da contaminação. Várias promessas se seguiram, dos órgãos governamentais, de possível retirada do material para Poços de Caldas, o que levou a postergar a ação.
Nada aconteceu. Pior: a Cetesb aumentou intervalos de monitoramento, exceto no poço do caseiro em Botuxim. Mais recentemente, nova contaminação foi detectada no local, motivando novos trabalhos pela Curadoria do Meio Ambiente, que - junto com a Aipa - estuda como exigir providencias para garantir segurança da população e do ambiente em geral. 
(texto produzido pela Aipa, a partir de relatório de Carlos Mazzuco,
publicado pelo jornal Urtiga em 1991, e informações posteriores, do mesmo jornal.
Com base nele, foi elaborado material para as Escolas Padrão de Itu,
usado no mês de atividades antinucleares).
"OS EFEITOS DE CHERNOBYL"

NOTA NO EDITORIAL DO URTIGA, DA EDIÇÃO 96, DE JULHO/1995, SOBRE ENCERRAMENTO DA AÇÃO PÚBLICA:
Em tempo: A ação que a Curadoria do Meio Ambiente de Itu movia contra os responsáveis pelo depósito de lixo atômico, neste município, foi arquivada. Ela foi iniciada em conjunto com a Aipa, ou Associação Ituana de Proteção Ambiental, depois que se constatou - por duas vezes - vazamento radioativo no poço do caseiro do sítio do depósito.
Depois de arrolar um enorme volume de documentos, o Curador do Meio Ambiente de Itu, Alberto Camiña entendeu que não havia provas suficientes para prosseguir com o processo. O que está armazenado no depósito ituano é Torta II, que contém 20% de Tório e 1% de urânio.
Nos anos 70, ele foi disposto a céu aberto, sem nenhuma consulta à população, no sítio São Bento, que fica no bairro Botuxim, na área rural de Itu. Foi a partir da denúncia de uma professora, que morava perto do sítio, que se descobriu, em 1979, que o material era radioativo. Desde então, multiplicaram-se protestos contra a permanência da Torta II no bairro Botuxim. Inclusive um, no ano passado, onde estudantes ituanos expuseram desenhos por um dia, dentro do Congresso Nacional em Brasília, e a Aipa participou de reunião técnica sobre a questão nuclear. Agora, é esperar para ver o que ocorre.

2 comentários:

  1. Olá Dra: Daniela.
    Mutio bom e observador este seu comentário, que é mais uma reportagem do que um.
    Muitos Ituanos nascidos e moradores se quer sabem do mesmo.

    Cmte: Silva Coordenador Municipal da Força Tarefa Brasileira Itu -SP
    Sempre Alerta e Avante!

    www.ftbr.org.br

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  2. Olá Comandante Silva! Seja bem-vindo. Pois é, peço até desculpas pois eu copiei o artigo que ví na internet ficou muito extenso, mas é para dar os dados de realidade para o pessoal! A força-tarefa tem que estar por dentro, e fazer algo, né?
    Beijinhos (positivo-operante), Dani68

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