A quem interessar possa

A alquimia segundo Carl Gustav Jung


Fonte: Sobre Jung e Processo Alquímico e de Individuação
A Alquimia retrata simbolicamente um processo muito sutil que acontece durante o desenvolvimento psicológico de todas as pessoas e que Jung chamou de Individuação (a integração dos opostos representando os conteúdos conscientes e inconscientes). Esta técnica mística consistia na produção de um insight espiritual que permitiria a integração do indivíduo com o Universo ao seu redor (o filius microcosmi com sua parte imortal, o filius macrocosmi) ou, em linguagem psicológica, a união da alma com Deus.


"Desta colisão dos opostos a psique inconsciente sempre cria uma terceira instância de natureza irracional, inesperada e incompreensível para a consciência. Apresenta-se ela sob uma forma que não corresponde nem ao sim, nem ao não, sendo portanto rejeitada pelos dois. A consciência nada sabe além dos opostos e por isso também não reconhece aquilo que os une. Mas como solução do conflito pela união dos opostos é de vital importância e também desejada pela consciência, o pressentimento de criação significativa abre caminho. Disso resulta o caráter numinoso da 'criança'. [...] A nova configuração é o vir a ser de uma totalidade, isto é, está a caminho da totalidade, pelo menos na medida em que ela excede em 'inteireza' a consciência dilacerada pelos opostos, superando por isso em completude. Por esse motivo, todos os 'símbolos unificados' também possuem um significado redentor".


As cores e os estágios em nós, mundo interno e externo...


o processo passaria por quatro transformações, representadas pelas quatro cores (albedo [branca], nigredo [negra], citrinitas [amarelo] erubedo [vermelha]). Elas sofreram pouca variação durante a história, mas, como às vezes não aparecia a cor amarela, Jung relacionou-as com o sistema de orientação psíquica.




O meu sonho inteiro.

Eu lembrei.

Sonho de caráter coletivo 09/05/2011 (madrugada)

1a. parte - eu estava na India, uma multidão (amontoado) de gente vindo em direção oposta ao carro em que eu estava , uma tipo Jeep pickup.Do lado esquerdo era o mar com sangue, todo com sangue, eu estava apreensiva.


sobre o processo alquímico (subjetivo, abstrato, na psiquê humana), achei hoje na net e gostei muito, fez sentido com um processo de purificação de conteúdos, vivências:


Fonte: Entendendo a alquimia de Jung nos sonhos e psiquê


Trecho do Artigo JUNG E A METÁFORA ALQUÍMICA, publicado em Symbolom - estudos Junguianos. Do autor: Vitor P.Calixto dos Santos
"Somente o sangue pode vivificar o estado de consciência mais alto, no qual é dissolvida o último traço de negrume, no qual o demônio não tem mais existência autônoma mas é integrado reconstituindo a profunda unidade da psique. Então a opus magnum está completa: a alma humana está completamente integrada"

O "mistério" da alquimia na compreensão de Jung consiste na afirmação clara do caráter simbólico da coniunctio alquímica na qual propriamente reside a possibilidade de utilizá-la como termo de confronto real ( realidade objetiva, externa) e como instrumento de compreensão e de comunicação para as manifestações do inconsciente coletivo na psique individual.



O significado metafórico da alquimia para Jung poderia ser visto nesta suas palavras:

"O problema central da psicologia é a integração dos opostos. Isto é encontrado em todo lugar e todos os níveis. Em Psicologia e Alquimia (Obras 12) ocupei-me da integração de Satanás.[...] Isto se realiza por meio de um processo simbólico muito complicado que coincide a grosso modo com o processo psicológico da individuação. Em alquimia este processo se chama conjunção de dois princípios.[...] As operações alquímicas eram reais, somente que a sua realidade não era física, mas sim psicológica. A alquimia representa a projeção em laboratório de uma drama ao mesmo tempo cósmico e psicológico.[...]
Na linguagem dos alquimistas a matéria sofre até que a nigredo desapareça; então a cauda do pavão ( cauda pavonis) anunciará a aurora e surgirá um novo dia, a leúkosis ou albedo. Mas neste estado de brancura não existe verdadeira vida, é um estado abstrato, ideal. Para infundir-lhe vida é preciso infundir-lhe "o sangue", a rubedo, o vermelho da vida. Somente a experiência de todos os estágiosdo ser pode transformar o estado ideal da albedo em uma forma de existência plenamente humana. Somente o sangue pode vivificar o estado de consciência mais alto, no qual é dissolvida o último traço de negrume, no qual o demônio não tem mais existência autônoma mas é integrado reconstituindo a profunda unidade da psique. Então a opus magnum está completa: a alma humana está completamente integrada"(10).

2a parte - de repente me ví numa cidade da

Europa com ar serrano, e várias montanhas verdes, se dizia que era Abadiânia (Brasil), mas lá era na Itália, depois era outro país, eu questionei dizendo que Abadiânia era no Brasil, ..., eu andei um pouco pelas ruas todas vazias de gente, e ví apenas uma mulher estrangeira que estava lá fazendo cinema, e era uma alemã (bem cinema lembra algo projetivo certamente) eu estava hospedada numa casa havia um homem, meio que ciceroneando me falando daquele lugar, de modo muito seguro porque conhecia tudo sobre a cidade e as pessoas nela, ela tinha um domínio digamos assim desses dados, mas não era alguém autoritário e sim acolhedor e receptivo.

Me sentia mais à vontade do que na primeira parte, porém havia muitos controles em cima da mesa da sala (controles de aparelhos) e ele estava me mostrando, mas aquilo me parecia total sem sentido (no sonho eu pensei - Meu Deus para que tudo isso se já existe um controle único!)  - uma observação de quem já morou no bairro da liberdade em são paulo e tem acesso às novidades da rua santa ifigênia, aquilo me pareceu absurdo - e eu disse no sonho: mas  são necessários mesmo todos esses controles? Ou um só bastaria?

3a parte - eu estava num hotel, ou pousada branca (móveis brancos, paredes brancas) e me preparava para um almoço, um homem me ciceroneando conversava comigo, o clima era de paz, tranquilidade, à espera do almoço (uma celebração, nutrição). Uma certa felicidade por ter saído de uma situação estranha (1a parte), confusa.

No livro que eu indiquei no post anterior "Jung Vida e Obra",  a Dra Nise da Silveira fala sobre sonhos de modo maravilhoso e para dizer a verdade, acho que ninguém explica melhor do que ela naquele livro: os tipos de sonho, como se apresentam, etc.

Creio pela minha experiência que o meu sonho se trata de um sonho de caráter coletivo, que aborda uma grande transformação em CURSO, já acontecendo provavelmente na India mesmo, um segundo aspecto do processo é  uma mudança no controle (de vários controles para um só que organiza e faz tudo), um controle central e eficiente (vamos pensar num país, uma monarquia? e num corpo...um cérebro, mente,um coração? alguma coisa vai comandar e bem).

E a terceira parte é a finalização com uma parte do processo alquímico caracterizada pelo branco..o albedo a matéria purificada ou como eu até prefiro a cor branca relacionada à neve...

O processo alquímico aparece nos sonhos porém não segue a lógica abaixo da ordem de um processo alquímico, mas sem dúvida alguma há uma lógica muito boa e é do inconsciente.

Fonte: Wikipedia

"Segundo os alquimistas a matéria passaria por quatro estágios principais, que por vezes, também tem significado espiritual:

• Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria é dissolvida e putrefacta (associada ao calor e ao fogo);
• Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que a substância é purificada (associada à ablução com Aquae Vitae, à luz da lua, feminina e à prata);
• Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que se opera a transmutação dos metais, da prata em ouro, ou da luz da lua, passiva, em luz solar, activa;
• Rubedo: ou Operação Vermelha, é o estágio final, em que se produz a Pedra Filosofal - o culminar da obra ou do casamento alquímico.^[1]

Os processos apresentam perigo real de explosão (algumas composições resultam em reações violentas, que se aproximam da pólvora), queimaduras (temperatura próximas dos 1000 °C e quase sempre acima dos 100 °C, ácidos e bases fortes), envenenamento (gases) e toxicidade por metais (Mercúrio, Antimónio, Chumbo). Os perigos psicológicos são também reais, em consequência de trabalho excessivo, concentração prolongada, frustração repetida, falta de repouso, por vezes isolamento, estímulos à imaginação, etc."

O assunto é amplo volto nele em breve!