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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Liverpool, Manchester e Londres...ontem

 Não foram hooligans nem drogados ou vândalos, foram pessoas que lutam por algo e algo que a Europa inteira insiste em "velar" ou negar como está no belo texto de Ana Paula Fitas AQUI

Mais do que HOOLIGANS....
  Ontem de noite eu estava comendo um requeijão (aqui em Goiás há o requeijão como fatias de queijo mesmo e não como em São Paulo onde o requeijão é apenas um creme para passar no pão ou bolacha) com coca-cola na lanchonete do posto de gasolina próximo da "minha" casa, e a tv estava ligada no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão,


 e eu ví as cenas dos vândalos saqueando em algumas cidade da Inglaterra, a famosa Liverpool dos Beatles, Manchestre e Londres, mas eu não imaginava o quê havia suscitado aquela ira?Não deu pra ouvir no posto...

Meu Deus, aquela ira no civilizado país dos Agroglifos veja em "Dani e suas Histórias",país de ufos e ets, O PAÍS DO CHÁS, O PAÍS DE PAUL QUE FOI DOS BEATLES, O PAÍS DE LADY DY, DA RAINHA-MÃE, E DE MUITAS OUTRAS COISAS...como...país dos HOOLINGANS........éhhhhh....

fonte WIKIPÉDIA
Hooliganismo refere-se a um comportamento destrutivo e desregrado. Tal comportamento é comumente associado com fãs de esportes, principalmente adeptos do futebol e esportes universitários. O termo também pode aplicar ao comportamento desordeiro em geral e vandalismo, muitas vezes sob a influência de álcool e/ou drogas.

Só que eu sabia que não se tratava disso, nem um pouco...
Então depois daquilo comentei com a atendente, ela nem havia notado a reportagem - talvez porque situações de violência no Brasil não são esporádicas e sim constantes!- e depois o gerente do posto me falou: "isso aí aconteceu porque a polícia pegou um cara e bateu, lá é país rico, não pode fazer isso... e tal".
E hoje eu (lógico) fui procurar me informar melhor e tenho outros dados aqui vão diretamente do blog A NOSSA CANDEIA da minha querida Ana Paula Fitas (doutora em Antrologia), tomo a liberdade de reproduzir o texto tal como está no blog dela, afinal...nada como uma PROFISSIONAL!
Aí vai (e termina com uma música que eu estou com vontade de ouvir hoje e estou ouvindo!)


Compreender Londres e Manchester... além do medo, da boçalidade e da ignorância!

É difícil falar sobre a pobreza quando ela grassa entre nós e ameaça explodir, de revolta!, no mundo à nossa volta, destruindo o que faz os lugares comuns da vida urbana que nos habituámos a ver como sinais de civilização... é provavelmente por isso e pelo grande medo que isso provoca, que todos correm às televisões, aos jornais, à conversa de café para condenar, sem reservas nem compaixão, os filhos dos nossos concidadãos que, votados à exclusão social, vivem em bairros degradados, sem emprego, sem expectativas de mudança e, consequentemente, sem esperança. É difícil aceitar que a sociedade em que vivemos, a sociedade europeia, guarda no seu seio, dissimuladas mas latentes e prontas para se revelarem, as sementes do racismo e do ódio. É difícil pensar que podem ser colegas de escola dos nossos adolescentes e dos nossos desempregados, aqueles que agora sairam à rua, na velha Inglaterra de "bom-tom", para reagir, sem ideologia organizada partidariamente, ao fosso entre ricos e pobres que se agrava progressiva e paralelamente à medida que até o simbolismo da igualdade de oportunidades é defraudado e regride, terminando com os chamados "direitos adquiridos" - que as gerações anteriores pensaram conquistas definitivas de uma democracia em que acreditaram e que, além de justificar consumismos de todas as cores, incentivou mais ou menos conscientemente as migrações, em nome de uma prosperidade com "pés de barro", insustentável porque assente na exploração dos mais pobres em nome do fascínio de um mercado ganancioso que se queria sempre maior.... porém, é disso que se trata quando pensamos a violência urbana nas economias industrializadas que temos: de pobreza, de desemprego, de racismo, de deficiente escolarização e de uma estrutural falta de expectativas que atravessou já 2 ou 3 gerações e se encontra agora num ponto de "não-retorno"... de "não-retorno" sim, porque, independentemente da acção policial ditada pelos governos em momentos de grande tensão social, a violência continua dentro das casas, das personalidades, dos comportamentos e dos modos de pensar... reguardada é certo, porque ninguém corre para ser magoado, ferido ou morto mas, viva e pronta a revelar-se ao menor pretexto... pronta a revelar-se até no médio ou no longo prazo sob a forma de ideologias consistentes de reacção à gestão política e económica dos nossos dias! A História escreve-se nas ruas e não se apaga!... os cidadãos emitem os sinais da mudança que é preciso empreender com coragem, já!, independentemente das bolsas e do mundo da alta finança onde se decidem as economias e as dívidas soberanas e onde, em última análise, se joga o futuro de guerra e paz da Humanidade. Só não vê quem não quer ver, cobardemente escudado no medo e na convicção fácil de que a força policial resolverá os problemas de milhares e milhões de pessoas condenadas à exclusão ... como se "uma mentira contada muitas vezes se tornasse verdade" só porque a contamos uns aos outros, em voz alta, na televisão e na rua, como se nos tentassemos convencer do conteúdo que propagamos. A verdade sobre a violência nas ruas de Londres e de Manchester é que os europeus precisam urgentemente de se confrontar consigo próprios e reconhecer as suas próprias limitações!... só depois estarão em condições de começar a pensar sobre os "outros", estes que agora nos querem fazer parecer o "inimigo" e que mais não são do que a sua própria imagem no espelho da sociedade europeia que somos.
 
Música de Fernando  Mendes, José wilson e Lucas, na  voz de Caetano Veloso

3 comentários:

  1. Querida Dani,
    É comovida que agradeço o teu excelente post, capaz de ajudar os próprios europeus a compreender a realidade que enfrentam... Obrigada, minha amiga!... obrigada por existir, por estar aí e por partilhar o pensar o mundo como generosa dádiva...
    Beijinhos do lado de lá deste enorme Atlântico que nos une mais do que separa :)

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  2. Querida Ana Paula, eu tomo a liberdade de te chamar de amiga querida embora nossa ligação seja tão virtual ainda, mas confesso que me alimento dos seus textos e suas idéias sempre tão cheias de luz, que renova e aquece o cérebro, suas idéias esclarecem e seu português reflete o quanto você tem de nobreza na alma, isso transparece!
    Beijo grande,
    Dani

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  3. Será que o meu post está tão bom assim? Acho que se está se deve também à sua participação (indireta á princípio pois eu fiz um link do seu blog).
    Acho importante dar uma visão mais abrangente do país (agroglifos, ufos, ets, monarquia, democracia, neo-liberalismo, isso e aquilo): vamos falar a verdade? nós queremos e ansiamos pela VERDADE/relações mais transparentes entre governos e pessoas, estamos cansados/as de mentiras e panos quentes.

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